Regressão

Texto explicativo para quem tem interesse em passar pela experiência da regressão...

Regressão memória a vidas passadas (TVP)

A Terapia de Vidas Passadas (TVP) não tem como foco de trabalho a produção de evidências que venham a comprovar a reencarnação. Embora isso seja uma consequência natural do processo terapêutico, não é isso o que se busca. Por outro lado, a TVP nada tem a ver com religiões e os terapeutas são unânimes em declarar que a TVP não herdou conceitos religiosos de nenhuma corrente mística ou confessional, embora existam paralelos muito significativos entre a TVP e certos princípios de algumas correntes religiosas. É preciso dizer que dificilmente uma pessoa conseguirá, através da TVP, a comprovação da realidade das vidas passadas; aqueles que entram na terapia com esse objetivo, podem não a estar buscando pelo motivo correto.

O Objetivo da TVP não é apenas conhecer intelectualmente nosso passado além da vida atual. Durante a regressão, entramos num processo mais profundo que nos permite atravessar novamente uma situação, “revivenciar”, reatualizar os eventos passados e senti-los com grande intensidade, sem no entanto perder a referências de nossa mente objetiva atual e nos mantendo conscientes durante todo o processo. Diz-se que a intensidade da experiência, seja ela física, emocional ou psíquica, é proporcional ao efeito terapêutico. Essa “revivência” é como um psicodrama, ou seja, uma retomada do drama inicial reproduzido pelo nosso psiquismo.

A Regressão de Memória pode tratar diversas fases de nossa vida ou vidas passadas. A fase adulta, a adolescência, a infância, o nascimento, a fase intrauterina, o plano de vida, o espaço “entrevidas”, as vidas passadas, a morte na vida passada, dentre outras possibilidades. É interessante mencionar como os hipnotizadores que trabalham com a regressão de idade (sem a hipótese das vidas passadas), muitas vezes ouvem relatos dos seus clientes que aparentam ser reminiscências de vidas passadas.

Mesmo quando encontramos uma aparente causa da queixa do paciente em algum evento da vida atual, como, por exemplo, a infância, ainda existe a chance de esse acontecimento ter uma origem ainda anterior à infância desta vida. É possível que apanhar de cinto na vida atual possa evocar emoções fortíssimas de uma vida de escravo, quando apanhávamos de chicote. Assim, dizemos que existem algumas situações traumáticas da vida atual que são estimuladores de traumas ainda mais antigos.

O paciente que se submete à TVP não precisa ter qualquer crença em reencarnação nem em vida após a morte. Pode mesmo ser cético ou agnóstico, não ter qualquer crença religiosa. Mesmo assim os efeitos terapêuticos se fazem presentes. Ou seja, a TVP funciona independente das crenças dos indivíduos.

A Regressão de Memória, infelizmente, ainda é muito incompreendida pelo público em geral. Por isso, é importante mencionar as mais comuns distorções que ocorrem na percepção do público perante a TVP. Muitos utilizam a palavra “mito” como significando falso, mentiroso, irreal - “os mitos da TVP” - mas a palavra mito não possui o sentido que comumente lhe emprestam. Assim, certas ideias falsas ou destituídas de embasamento sobre as técnicas regressivas podem atrapalhar muitas pessoas necessitadas de tratamento. As principais ideias distorcidas são as seguintes:

Posso ficar preso ao passado ou a uma vida passada: Essa é uma distorção muito comum, mas é totalmente irreal. Ninguém pode ficar preso ao passado pelo simples motivo de que ninguém se desloca ao passado. A pessoa em regressão não quebra a barreira do tempo físico, mas apenas acessa arquivos de memória não digeridos ou traumáticos que permanecem até o momento presente. O que pode ocorrer é o cliente ficar tão relaxado após o tratamento de seu passado; tão desprendido de várias cargas passadas que o molestavam, que ele pode apresentar certa dificuldade de retornar e perder aquele estado “nirvânico”. Lívio Túlio Picherle comenta no livro “Psicoterapias e Estados de Transe” que, em 25 anos de prática de Hipnose e regressão, nunca seus atendidos demoraram mais de 5 minutos para retornar à consciência objetiva. Além disso, as pessoas já estão, de certa forma, presas a muitas experiências passadas. O que a Terapia de Vidas Passadas realiza é retirar as pessoas desse passado e fazê-las viver mais plenamente no presente. De qualquer forma, se por acaso uma pessoa tiver dificuldade em retornar do estado regressivo, o máximo que pode ocorrer é a passagem do estado regressivo para o estado de sono, adormecendo e acordando naturalmente algum tempo depois, não resultando desse processo qualquer dano ao psiquismo.

Reviver uma vida passada pode fazer a pessoa surtar ou enlouquecer: Se uma pessoa tem uma pré-disposição à loucura, qualquer evento ou acontecimento de sua vida que provoque um estado emocional mais forte – levando-a a conteúdos psíquicos que ela deseja dissimular, esconder de si mesma, reprimir e até esquecer por completo – pode, ao menos em tese, levar a pessoa ao surto e à loucura. Qualquer coisa em nossa vida pode provocar um surto quando temos essa pré-disposição. No entanto, a loucura, enquanto estrutura psicológica, já estava presente na constituição do indivíduo. A possibilidade do surto já existia dentro da pessoa em estado potencial, e ao menor estímulo, esse depósito de emoções poderia ser ativado a qualquer momento, levando a pessoa a um possível “surto” de maior ou menor intensidade. Aqui estamos nos referindo, obviamente, ao surto psicótico. Lembrando que o termo surto psicótico pressupõe sempre um desequilíbrio com o poder de provocar uma desestruturação da organização psíquica. Trata-se de um episódio que marca uma dissociação na estruturas psíquica, e não o despertar de uma torrente de emoções que ficam mal assimiladas pelo ego. Um surto é, na maioria das vezes, temporário e tem algumas características principais como um comportamento paranóide, alucinações, confusão mental, dissociação, emoções confusionais e delírios. Assim, não podemos dizer que foi a TVP ou qualquer técnica associada que provocou aquele estado de loucura, mas sim a estrutura ou constituição própria da pessoa. Porém, os terapeutas de regressão devem ficar sempre atentos a indivíduos que demonstrem a uma clara condição de pré-psicose, e esses sujeitos devem ser encaminhados à Logoterapia, às terapias de reestruturação psíquica e à avaliação de psiquiatras e psicólogos. De qualquer forma, o autor deste tratado desconhece qualquer caso em que a regressão tenha levado uma pessoa ao surto. Essa parece ser mais uma ideia criada por pessoas que não se deram ao trabalho de pesquisar e não têm qualquer experiência na área.

Posso dizer ou fazer coisas que não quero: Esse é outra distorção muito comum, mas que não encontra qualquer base na realidade. Os pesquisadores do Hipnotismo sempre procuram desconstruir essa ideia de que a pessoa fica submetida ao domínio do terapeuta e é enfraquecida em sua vontade consciente. Ninguém vai expor durante a TVP nada do que não deseje. Vários experimentos já foram realizados a esse respeito e já está amplamente demonstrado que isso não passa de uma falsa noção sobre a Hipnose e a regressão. Porém, todos os conteúdos de vidas passadas que interfiram de algum modo na harmonia da vida presente devem ser atravessados, revistos e purificados, para se atingir os almejados objetivos terapêuticos.

Ficarei inconsciente e não me lembrarei de nada depois: Nas técnicas de indução com Hipnose ativa, relaxamento e outras técnicas de concentração verbal, emocional, somática e de visualizações, a pessoa mantém total consciência de todo o processo, mas mergulha num estado mais profundo que a permite acessar dados além do limiar da vida atual. Assim, geralmente as pessoas permanecem conscientes e recordam de toda a vida. É como se fosse “flashes” de imagens que às vezes parece confusa, mas que tem ligação com a situação problema do cliente. Estar consciente durante o processo é o que mais interessa, pois a intenção é justamente, “olhar” o trauma com uma nova visão interna, dando uma nova interpretação aos fatos. Muito raros os casos da chamada “amnésia pós-hipnótica” dentro das técnicas de indução mental utilizada pela maior parte dos terapeutas de regressão. Esta só ocorre em alguns indivíduos e mesmo assim a pessoa precisa entrar num estado de transe muito profundo.

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